Vêm aí os terminais de loteria no Rio

Governo do Estado regulamentou o funcionamento do serviço, prometendo até 65 mil empregos, fortalecimento do turismo e operações mais seguras.


Por: Diário do Rio

Publicado em: 19/08/2025

A medida, elaborada pela Loterj, promete movimentar a economia e impulsionar o turismo

Foto: Reprodução

O Governo do Estado do Rio de Janeiro publicou, nesta terça-feira (19/08), o decreto que regulamenta o funcionamento de Video Lottery Terminals (VLTs), totens e outros terminais de apostas. A medida, elaborada pela Loterj, promete movimentar a economia, gerar até 65 mil empregos e impulsionar o turismo, com foco em segurança, transparência e proteção ao consumidor.


De acordo com o texto, a operação dos equipamentos só será permitida mediante credenciamento e homologação pela Loterj, com integração a sistemas centrais que garantam rastreabilidade, proteção de dados e prevenção à lavagem de dinheiro.


O decreto também estabelece medidas rigorosas, como autenticação multifatorial, cadastro de jogadores (KYC) com integração a bases públicas e privadas, além da proibição de máquinas não homologadas e de pagamentos em dinheiro.


“Este é um marco histórico para o Rio de Janeiro. O modelo é seguro, moderno e responsável, um exemplo para o setor lotérico do Brasil. Estamos garantindo que cada aposta seja segura e cada operação fiscalizada, com benefícios sociais e econômicos concretos para nosso estado”, afirmou Hazenclever Lopes Cançado, presidente da Loterj.


O regulamento contempla desde Lojas de Video Lottery Terminals (VLTs) e Sports Bars até estabelecimentos não exclusivos que operem produtos lotéricos. Todos os terminais deverão ter certificações internacionais (GLI, ISO) e passar por prova de conceito antes de iniciarem as operações. Também será obrigatória a presença de QR Codes regulatórios e alertas sobre jogo responsável.


Hazenclever reforçou que o decreto coloca o Rio em posição de vanguarda: “Estamos dando um passo decisivo para consolidar o estado como referência nacional e internacional em loterias modernas e responsáveis. O futuro chegou, e ele é promissor para todos os fluminenses.”


Os Video Lottery Terminals (VLTs), conhecidos também como terminais de loteria em vídeo, são máquinas de apostas eletrônicas que se parecem bastante com os caça-níqueis tradicionais. Mas, ao contrário das slots machines convencionais, os VLTs estão conectados a um sistema central, geralmente controlado por uma estatal ou órgão regulador de jogos.


Esse sistema centralizado é o que diferencia os VLTs dos caça-níqueis. Em vez de cada máquina operar isoladamente, todas se comunicam com um servidor que controla e audita os resultados. Isso garante transparência e fiscalização sobre o percentual de retorno ao jogador e a arrecadação dos governos.


Na prática, o funcionamento é simples: o jogador insere dinheiro ou crédito, escolhe um jogo — que pode variar entre versões de pôquer eletrônico, bingo ou roletas virtuais — e acompanha o resultado na tela. Os prêmios são creditados diretamente no terminal, podendo ser resgatados na hora.


Essas máquinas surgiram nos Estados Unidos e no Canadá no final dos anos 1980, como uma alternativa legalizada de jogo eletrônico para aumentar a arrecadação das loterias estaduais. Com o tempo, os VLTs se espalharam para outros países, como Itália, Noruega e Austrália, sempre sob forte regulação governamental.


Apesar de parecerem iguais às máquinas caça-níqueis, os VLTs têm um apelo diferente: parte da receita vai diretamente para fundos públicos, como saúde, educação e infraestrutura. É por isso que, em muitos lugares, sua legalização é justificada pelo retorno social.


Por outro lado, críticos apontam que os VLTs compartilham os mesmos riscos do jogo compulsivo. A facilidade de acesso, a rapidez das apostas e a sensação de controle podem atrair jogadores problemáticos. “Essas máquinas são projetadas para manter o usuário jogando por longos períodos, o que aumenta o risco de vício”, alerta a National Council on Problem Gambling, dos Estados Unidos.