Veja como serão desfiles das escolas na segunda noite do Grupo Especial na Sapucaí
Unidos da Tijuca, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel prometem noite de emoções, homenagens e diversão
Por: Rachel Siston, O Dia
Publicado em: 03/03/2025

Segunda noite do Grupo Especial terá Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel
Reprodução/Agência O Dia
As quatro escolas da segunda noite de desfiles, nesta segunda-feira (3), prometem arrepiar o público na Marquês de Sapucaí. Unidos da Tijuca, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel vão levar os foliões em uma viagem por um Carnaval repleto de religiosidade, fé, homenagens, mistérios e alegria. As apresentações começam às 22h.

Unidos da Tijuca vai começar abordando o destino de Logun-Edé, com o Ifá, tabuleiro de búzios
Renan Areias/Agência O Dia
Unidos da Tijuca
Ficha técnica
Enredo:
Logun-Edé: Santo Menino que o Velho Respeita
Presidente: Fernando Horta
Carnavalesco: Edson Pereira
Intérprete: Ito Melodia
Mestre de bateria: Casagrande
Bateria: Pura Cadência
Rainha de Bateria: Lexa
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Matheus André e Lucinha Nobre
A Unidos da Tijuca dá início às apresentações com o enredo "Logun-Edé: Santo Menino que o Velho Respeita", para homenagear Logun-Edé. O orixá carrega diversas semelhanças com a agremiação, a começar pelas cores: Azul e Amarelo, passando pelo símbolo, o pavão, animal votivo do orixá, e a fundação na Rua São Miguel, que no sincretismo religioso seria Logun-Edé. A escola garante um desfile grandioso, repleto de surpresas e de tecnologia.
A passagem da Azul e Amarelo vai começar com muita emoção, abordando o destino do homenageado, por meio do Ifá, tabuleiro de búzios. Já Oxum, mãe do "orixá menino", aparecerá em uma alegoria com 16 metros de altura, que promete impressionar pela sua movimentação. A agremiação ainda vai encenar dois momentos especiais em seu carros alegóricos: a recepção de Logun-Edé pelos orixás mais velhos e a chegada da África ao Brasil, montado em um cavalo-marinho, providenciado pela Rainha do Mar, Iemanjá.
"Nossa intenção é levar conhecimento com respeito e ancestralidade para a Avenida no lugar de fala da escola de samba, que sempre teve esse lugar de ensinamento", diz o carnavalesco Edson Pereira, que ressalta que não vai realizar um xirê, ritual religioso, no Sambódromo.

Beija-Flor de Nilópolis terá homenagem ao mestre Laíla
Divulgação
Beija-Flor de Nilópolis
Ficha técnica
Enredo: Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas
Presidente: Almir Reis
Carnavalesco: João Vitor Araújo
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor
Mestres de bateria: Rodney e Plínio
Bateria: Soberana
Rainha de Bateria: Lorena Raissa
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso
No segundo desfile da noite, a Beija-Flor de Nilópolis virá com o enredo "Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas", homenageando a espiritualidade, musicalidade e dedicação à folia do diretor de carnaval e multiartista autodidata Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o mestre Laíla. O carnavalesco morreu em 2021, por complicações da covid-19. Além da história de anos com a Azul e Branco, o baluarte também terá suas passagens pela União da Ilha, Unidos da Tijuca, Vila Isabel e Grande Rio retratadas na Avenida.
Vencedor de 23 títulos no Carnaval carioca, Laíla será lembrado por sua religiosidade, representada em três setores, entre alegorias e tripés, com menções a Xangô, ao Sagrado Coração de Jesus e à Iemanjá. Todos os carros alegóricos contam com algum efeito especial. A escola também aborda um lado pouco conhecido do diretor, que era apaixonado por música clássica e fará a entrega de rosas brancas, como ele fazia no último ensaio antes do desfile.
"(Laíla) acreditava em tudo o que era para o bem. Pedia caminho a Exu, mas se dobrava nos altares de igrejas, pedindo a Deus por dias melhores (...) A Beija-Flor era tida como a escola da 'macumbaria'. Hoje todo mundo faz igual. Todo mundo coloca seu bom despacho antes de entrar [na Sapucaí] e evoca Exu. Não tem como negar que o cara era pioneiro", destaca o carnavalesco João Vitor Araújo. Com a promessa de muitos momentos de emoção, o desfile também vai marcar a despedida do intérprete Neguinho da Beija-Flor.

Salgueiro terá apenas duas fantasias comerciais em 2025
Renan Areias/Agência O Dia
Acadêmicos do Salgueiro
Ficha técnica
Enredo: Salgueiro de corpo fechado
Presidente:
André Vaz da Silva
Carnavalesco: Jorge Silveira
Intérprete: Igor Sorriso
Mestres de bateria: Guilherme e Gustavo
Bateria:
Furiosa
Rainha de Bateria:
Viviane Araújo
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Sidcley Santos e Marcella Alves
Em seguida, a Acadêmicos do Salgueiro promete uma abertura "extremamente salgueirense" e com reverências ao orixá da escola, Xangô, explorando a cultura do fechamento de corpo. O enredo "Salgueiro de Corpo Fechado" será como um grande ritual de blindagem, com ponto de partida no povo Mali na África muçulmana, atravessando o Oceano Atlântico e chegando ao Brasil, onde foram desenvolvidos rituais para pedir proteção espiritual.
Na busca pelo décimo título, a Vermelho e Branco aposta em carros alegóricos completamente diferentes uns dos outros, em volume, forma e textura, com detalhes trabalhados à mão, como paetês dourados e rendas. O tripé número 2 será puxado por um cavalo cenográfico que promete impressionar pelas expressões e pelo movimento de tração humana. O carnavalesco Jorge Silveira diz que o desfile pretende mostrar a mistura de tradições que resultou no que hoje é o samba.
"Visualmente, a gente vai apresentar em cada capítulo o desdobramento dessa ideia e como essa tradição foi absorvida pela própria brasilidade, se misturando às nossas raízes locais e sendo reinterpretada (...) É sobretudo um enredo que se propõe a quebrar paradigmas de preconceito. A cultura carioca é miscigenada e o samba é fruto disso", aponta Jorge Silveira.

Carnavalesco diz que desfile da Unidos de Vila Isabel pretende mexer com as sensações do público
Pedro Teixeira
Unidos de Vila Isabel
Ficha técnica
Enredo: Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
Presidente: Luiz Guimarães
Carnavalesco: Paulo Barros
Intérprete: Tinga
Mestre de bateria: Macaco Branco
Bateria: Swingueira de Noel
Rainha de Bateria: Sabrina Sato
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas
A Unidos de Vila Isabel, última a desfilar no domingo, vai fazer uma passagem de arrepiar, com o enredo "Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece". A Azul e Branca leva para a passarela do samba o encantamento das criaturas e lendas do imaginário popular para provocar adrenalina e muita alegria. A escola vai convidar os foliões a "embarcarem" em um trem fantasma de parque de diversões para conhecerem os seres míticos.
A agremiação garante um conjunto alegórico diversificado, com setores passando pelos seres mais assustadores das matas, das águas, das lendas urbanas e aquelas que assombram a infância, como o bicho-papão. Ao final, a Sapucaí ainda vai se transformar em um "Carnaween", com figuras de terror das fantasias de Halloween, para dar o tom de festa que as duas celebrações têm e contagiar o público.
"Quem acha que esse enredo sobre assombrações é para ser assombroso, não é. É um trajeto desse trem onde a gente vai ter essas sensações misturadas e no final causando alegria, porque quando você sai do brinquedo, o que você faz? Você ri. Esse é intuito do enredo", explica o carnavalesco Paulo Barros. "O enredo da Vila, no final, forma essa grande festa de alegria. O próprio samba diz: "A Vila vai te pegar" e ela vai te pegar de alegria".
Na última noite de desfiles, no dia 4 de março, vão passar pelo Sambódromo Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela.