Quadrilha que causou prejuízo bilionário em fraudes nas eleições é alvo da PF

Ação faz parte da Operação Teatro Invisível II e ocorre em municípios do Rio e Minas Gerais


Por: O Dia

Publicado em: 16/04/2025

Operação cumpre 10 mandados de busca e apreensão em municípios do Rio e Minas Gerais

Marcelo Camargo / Agência Brasil







Rio - A Polícia Federal realiza, nesta quarta-feira (16), uma operação contra organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, caixa dois e obstrução da Justiça. Segundo a PF, o bando atuou para favorecer candidatos nas eleições do ano passado e causou prejuízo bilionário aos cofres públicos.

Durante a ação, a Justiça bloqueou R$ 3,5 bilhões dos investigados e determinou a suspensão das atividades de oito empresas. Além disso, dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos suspeitos nos municípios de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG).


Os suspeitos são ligados a companhias que manipularam processos licitatórios em pelo menos quatro cidades do estado do Rio, sendo Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti. Também há indícios de um esquema sistemático de lavagem de dinheiro com o uso de contas de passagem, dinheiro em espécie e aquisição de bens de alto valor.


Segundo a PF, o grupo tentou destruir provas armazenadas digitalmente e usou recursos não declarados para beneficiar candidatos nas eleições de 2024. A investigação é uma nova fase da Operação Teatro Invisível, iniciada em setembro do ano passado.

As investigações continuam e os envolvidos podem pegar até 27 anos de prisão, caso sejam condenados.


Fake news e influência no resultado das eleições


Durante a primeira fase da operação, a Polícia Federal prendeu quatro pessoas em São João Meriti, na Baixada Fluminense, e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão. A investigação revelou que o grupo contratava pessoas para disseminar informações falsas sobre candidatos em locais públicos, como pontos de ônibus, padarias e mercados, com o objetivo de influenciar o resultado das eleições municipais em pelo menos 13 cidades do estado.


O esquema incluía a contratação de “atores” que recebiam salários mensais para espalhar fake news em locais de grande circulação. Os coordenadores do grupo, por sua vez, recebiam valores maiores e eram responsáveis por organizar as ações. 


As apurações também identificaram o uso de “laranjas” em cargos públicos para manter o funcionamento do esquema durante os períodos eleitorais.