Parque natural de Nilópolis pode reduzir em mais de duas vezes concentração de poluentes no ar, diz estudo da UVA e da UFRJ

Universidades avaliaram benefícios do Parque Natural Municipal do Gericinó para a região



Por: Extra

Publicado em: 10/03/2025

Parque Natural do Gericinó é opção para toda a família.

Foto: Divulgação / Prefeitura de Nilópolis

Um estudo feito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que o ar no Parque Natural Municipal do Gericinó, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, chega a ser ao menos duas vezes mais puro do que na área urbana do município. A pesquisa foi publicada em fevereiro na Chemosphere, revista internacional de referência para a área de Ciências Ambientais, e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).


O levantamento mede a quantidade de hidrocarbonetos (HCs) precursores do ozônio em dois pontos: em uma trilha a 260 metros da entrada do parque e na Praça Manoel Reis, localizada a cerca de um quilômetro da entrada do parque, em área urbanizada. Segundo o estudo, ao lado do material particulado fino, o ozônio é o maior responsável pela poluição atmosférica, que atinge diretamente a saúde humana.


— Observamos que, mesmo em áreas verdes urbanas menores, há diminuição da concentração de poluentes. Portanto, fica evidente que as unidades de conservação são estratégicas para o fornecimento dos chamados serviços ecossistêmicos, como melhoria da qualidade do ar, regulação climática e lazer — explica Cleyton Martins, professor do Mestrado em Ciências do Meio Ambiente da UVA e um dos pesquisadores.


De acordo com a pesquisa, “os níveis totais de HC foram de 1,7 a 2,1 vezes maiores na área urbana, o que confirma que o parque natural auxilia na dispersão e redução de poluentes”. Na zona urbana, os valores médios das concentrações de HC foram 276 e 123 μg m-3 (micrograma por metro cúbico), nos horários da manhã e da tarde, respectivamente. Já na área do parque, os valores medianos foram 202 e 72 μg m-3, nos mesmos períodos, respectivamente. As coletas foram feitas durante épocas secas, quando piora a qualidade do ar na Região Metropolitana do Rio.


O Parque Natural Municipal de Gericinó, uma área de 0,8 km² em Nilópolis, fica na Área de Proteção Ambiental (APA) do Gericinó-Mendanha. No local, tem arbustos e plantas herbáceas com aglomerados de árvores perenes, pistas de corrida e ciclismo, áreas de piquenique e lazer e locais para diversas atividades educativas e culturais. O tráfego rodoviário é proibido dentro do parque.


— As áreas verdes urbanas, independentemente de sua escala, são indispensáveis para a qualidade de vida e a sustentabilidade das cidades. Enquanto grandes reservas como a Floresta da Tijuca fornecem benefícios em escala regional, os parques urbanos menores desempenham um papel complementar, garantindo a distribuição equitativa dos serviços ecossistêmicos em todo o tecido urbano — avalia Graciela Arbilla, professora da UFRJ e coautora dos estudos.