Operação identifica 15 empresas suspeitas de descartar lixo em aterro clandestino na Baixada

Oito pessoas foram levadas para prestar depoimento na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA)


Por: O Dia

Publicado em: 01/04/2025

Lixo era despejado irregularmente em aterro sanitário clandestino no Jardim Gramacho

Divulgação

A Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade do Rio (Seas) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) realizaram, com apoio das polícias Civil e Militar, uma operação de fiscalização em um aterro sanitário no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, nesta segunda-feira (31). Os agentes identificaram 15 empresas que despejavam lixo de maneira irregular, incluindo caçambas com restos de obra, eletrônicos e orgânicos. Oito pessoas foram conduzidas à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) para prestarem esclarecimentos. 


De acordo com as investigações, os suspeitos recolhiam os materiais e os transportavam clandestinamente até o aterro. O descarte irregular era uma prática adotada com objetivo de reduzir custos e maximizar os lucros. Durante a operação, os agentes encontram dois fornos para produção de carvão vegetal em funcionamento dentro do aterro sanitário.


"O combate aos aterros clandestinos é fundamental para a preservação ambiental. Esses locais irregulares contaminam o solo e os recursos hídricos, além de representarem riscos à saúde pública. A prioridade é reforçar as fiscalizações. Nós estamos falando de uma área que há décadas vem sofrendo, a cada dia, com o descarte irregular de resíduos sólidos e que já vinha sendo monitorada pelo Governo do Estado", comentou o secretário estadual do Ambiente, Bernardo Rossi.


O titular da pasta explicou que casos como esse também passarão a ser foco do 'Olho no Verde', que detecta alertas de desmatamento por meio de imagens de satélite. "O programa, que já faz o monitoramento das nossas matas, passará a atuar no descarte irregular de resíduos sólidos no entorno da Baía de Guanabara", conta Rossi.



Os fiscais e policiais estiveram em empresas e depósitos localizados próximos ao aterro clandestino a fim de verificar a regularidade da documentação. De acordo com o Inea, há registro de, pelo menos, duas infrações ambientais: disposição irregular de resíduos sólidos, com multa que pode variar entre R$ 1 mil e R$ 200 mil; e poluição do solo, com multas entre R$ 1 mil a R$ 500 mil. A estimativa é de que o valor arrecadado com as sanções aplicadas chegue a R$ 1,5 milhão.


"Com as informações detalhadas sobre as empresas envolvidas e a forma como operam, a nossa investigação avançará para identificar não apenas os responsáveis diretos, mas também aqueles que realmente lucram com o descarte irregular. O nosso objetivo é responsabilizar todos os envolvidos e coibir essa prática ilegal", explicou o delegado.

Lixo era despejado irregularmente em aterro sanitário clandestino no Jardim Gramacho

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