MPRJ prende PMs que faziam segurança privada durante o expediente na Baixada Fluminense
Restaurantes, lanchonetes, mercados e lojas pagavam um ‘salário’ para os PMs pelo ‘serviço’.
Por: Anna Beatriz Lourenço, Márcia Brasil, Bom Dia Rio
Publicado em: 01/07/2025
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta terça-feira (1º) uma operação contra PMs da Baixada Fluminense que atuavam como seguranças privados durante o expediente — mediante um pagamento mensal.
Promotores saíram para cumprir mandados de prisão contra 11 policiais militares. Só no 39º BPM (Belford Roxo), são 6 alvos. Até a última atualização desta reportagem, 9 militares haviam sido presos.
Os mandados foram expedidos pela Auditoria da Justiça Militar e são cumpridos em endereços em Belford Roxo, Nova Iguaçu, Maricá e nos bairros da Pavuna e Bento Ribeiro, na capital.
Segundo o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp/MPRJ), os crimes ocorreram entre 2021 e 2024, período em que os policiais estavam lotados no 39º BPM (Belford Roxo) — alguns permaneceram na unidade.
Os comerciantes beneficiados pelo esquema eram informalmente chamados de “padrinhos”. Entre os estabelecimentos, estavam restaurantes, lanchonetes, mercados, lojas, postos de combustíveis, depósitos, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi e transporte alternativo, feiras livres, festas populares e até um posto do Detran em Belford Roxo.
“Segundo as investigações do Gaesp, a oferta do serviço era contratada pelos comerciantes, com quem os PMs estabeleciam uma relação de dependência econômica, comprometendo os princípios da legalidade, moralidade e isonomia no acesso à segurança pública”, explicou o MPRJ.