Grupo é alvo de ação contra crimes de ódio na internet com crianças e adolescentes

Investigações começaram com prisão de envolvidos no atentado contra morador de rua, transmitido pela internet


Por: O Dia

Publicado em: 14/05/2025

Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) mira adolescentes infratores em cinco estados

Arquivo / Agência O Dia

A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (14), a segunda fase da Operação Adolescência Segura que mira crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. Os alvos da ação são apontados como integrantes de uma rede responsável por diversos crimes cometidos pela internet, como tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil e apologia ao nazismo. Até o momento, quatro pessoas foram detidas. 


A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) cumpre mandados de Internação Provisória contra adolescentes infratores no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, com o apoio das policiais civis desses estados e do Ciberlab da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 


A ação acontece a partir da perícia realizada em materiais apreendidos na primeira fase, em 15 de abril. A investigação teve início em fevereiro deste ano, quando a especializada localizou os envolvidos no atentado contra um morador de rua, com coquetéis molotov, transmitido ao vivo pela internet. A partir deste caso, os agentes decsobriram que o crime não era um fato isolado e que o grupo se organizava virtualmente, em plataformas como Discord, e realizavam desafios e competições, sempre de crimes de ódio. 


Segundo a DCAV, a organização usava mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes. Os envolvidos as coagiam a cometer automutilação ou atos violentos. Em alguns casos, havia invasões em dispositivos eletrônicos e roubo de dados e imagens, para ameaças contra elas. Os integrantes, mesmo usando plataformas criptografadas, encerraram e abriram servidores para tentar despistar a Polícia Civil.



"A Operação Adolescência Segura representa um marco significativo no combate à criminalidade digital no Brasil e reafirma o compromisso da Polícia Civil com a proteção dos direitos fundamentais da infância e da juventude, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", diz o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.