Foragido há nove meses, ex-motorista de socialite é preso na Zona Sul
José Marcos Chaves Ribeiro foi localizado em uma das mansões de Regina Lemos Gonçalves, em São Conrado
Por: Redação
Publicado em: 29/08/2025
Rio - O ex-motorista da socialite Regina Lemos Gonçalves foi preso, nesta sexta-feira (29), em São Conrado, na Zona Sul do Rio. José Marcos Chaves Ribeiro, de 53 anos, estava foragido há nove meses, após ser alvo de uma operação, em novembro do ano passado, pelos crimes de tentativa de feminicídio, sequestro, cárcere privado, violência psicológica e furto qualificado contra a vítima.
José Marcos foi localizado por policiais militares do 23º BPM (Leblon), na Rua Capuri, e encaminhado para a 12ª DP (Copacabana). O acusado estava em uma das mansões da socialite no bairro, que vinha sendo administrada por ele. A família acusa o ex-motorista de manter Regina isolada em casa por 10 anos, sem qualquer contato com parentes e amigos, enquanto controlava seu patrimônio. A socialite, de 88 anos, é viúva e herdeira do empresário Nestor Gonçalves, fundador da Copag, fabricante de baralhos.
O caso veio a tona depois que Regina conseguiu deixar o apartamento onde morava, no luxuoso Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, na Zona Sul, um dos endereços mais prestigiados da cidade, e denunciou a situação. José Marcos, que controlava a parte financeira da vítima, fugiu com todo o dinheiro. A investigação começou em novembro de 2023 e reuniu informações e documentos do período em que ela viveu com o ex-motorista.
Um dos principais indícios é uma internação, em 30 de dezembro de 2021, quando a vítima sofreu uma lesão na cabeça que exigiu cirurgia. Familiares alegam não terem sido informados sobre o episódio. Desde o ano passado, a polícia também investiga possíveis danos ao patrimônio da socialite, por conta de irregularidades na locação de um espaço pertencente à Regina, no Centro, e na venda abaixo do preço de mercado de um apartamento, em São Conrado. Ela não teria recebido o dinheiro em nenhuma das duas negociações.
O delegado titular da distrital, Angelo Lages, afirma que a prisão vai contribuir nas investigação sobre o patrimônio da idosa e o envolvimento de outras pessoas. "Ela é uma herdeira, herdou uma fortuna e todo esse patrimônio que ela possuía foi sendo dilapidado ao longo dos anos. A gente sabe que o José Marcos é um dos principais responsáveis por essa dilapidação, mas já há indícios de que ele não agia sozinho. A gente pretende agora avançar com essa investigação, para seguir esse fluxo financeiro. A gente quer saber onde toda essa fortuna foi parar".
Em março deste ano, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão da união estável entre a socialite e o ex-motorista, considerando o risco de dano à idosa, se o documento fosse utilizado para acessar seus bens. Regina nega ter tido qualquer relação afetiva com José Marcos e alega que ele era apenas seu funcionário, a quem permitiu moradia temporária por não ter onde ficar. Segundo a idosa, a união estável foi formalizada sob coerção e fraude.