Chefão do Tabajaras morto em operação participou do assassinato de policial da Core
Segundo as investigações, grupo retornava de um ataque a uma comunidade rival e queria o veículo do agente para 'despistar a polícia'
Por: O Dia
Publicado em: 16/04/2025
Rio - Vinicius Kleber di Carlantonio Martins, conhecido como Cheio de Ódio, morto nesta terça-feira (15) durante operação na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, teve participação na morte do policial civil da Core, João Pedro Marquini. A informação foi revelada durante uma coletiva nesta terça-feira (15).
Segundo as investigações, Vinicius era o dono do carro usado na tentativa de assalto ao agente e sua esposa, a juíza Tula Corrêa de Mello. O grupo saiu da comunidade dos Tabajaras para atacar milicianos no Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. No retorno, os criminosos planejaram roubar os veículos do casal para seguir viagem sem levantar suspeitas.
"O grupo que praticou esse homicídio sai do Tabajaras para dar um ataque em Antares. Na volta, no intuito de trocar de veículos, tendo em vista que o carro deles estava alvejado, eles tentam roubar os carros onde estavam a Tula e o Marquini", detalhou o delegado Rômulo Coelho, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
O carro usado no crime foi encontrado horas depois na comunidade Cesar Maia, em Vargem Grande, com placas clonadas. A ofensiva contra a milícia foi ordenada por Ronaldinho Tabajara, que controla o tráfico na região, e executada por Vinicius Kleber, segundo a polícia.
Vinicius foi um dos cinco mortos na operação conjunta entre a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Ele é apontado como o chefe do tráfico na região e tem 30 anotações criminais. Quatro homens foram presos, entre eles um dos alvos do mandado de prisão, Antonio Augusto D’Angelo da Fonseca. Ele foi encontrado horas depois, na casa da mãe, em Copacabana. O outro suspeito, Walace Andrade de Oliveira, segue foragido.
"Foi possível associar os dois investigados com o morro dos Tabajaras, definir o percurso realizado pelos criminosos que atacaram o nosso policial. Não foram só os dois. A operação possibilitou elementos que vão resultar no prosseguimento das investigações", ressaltou Alexandre Herdy, chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa.
João Pedro era lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais e casado com a juíza Tula Mello. Em uma publicação nas redes sociais, a magistrada contou que ele agiu para salvá-la durante a tentativa de assalto e não chegou a atirar contra os criminosos, antes de ser baleado com cinco tiros de fuzil. No momento do crime, a vítima estava em um veículo logo atrás da mulher, que também teve o carro atingido.
O automóvel da juíza, que atua no III Tribunal do Júri, era blindado e ela não ficou ferida. Na sequência, os bandidos fugiram em direção à comunidade César Maia, em Vargem Pequena, região que vive uma disputa de território entre traficantes do Comando Vermelho (CV) e milicianos. Um veículo que teria sido usado pelos bandidos foi apreendido no local, com diversas marcas de tiros, além de vidros quebrados.