Cerca de 54% acham que Bolsonaro quis fugir e 33% acreditam em surto, mostra Datafolha
Ex-presidente confessou que danificou a tornozeleira eletrônica com ferro de solda
Por: O Dia
Publicado em: 07/12/2025
A maioria dos brasileiros acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou fugir quando danificou a tornozeleira eletrônica. De acordo com pesquisa Datafolha, 54% afirmaram que o ex-chefe do Executivo preparava uma fuga. Já 33% concordam com a versão de que um surto paranoico causou danos. Outros 13% não souberam dizer o que acham do episódio.
O levantamento foi feito de forma com 2.002 eleitores em 113 cidades do País, entre os dias 2 e 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Entre os estados brasileiros, o Nordeste é o que mais aposta na hipótese de tentativa de fuga, com respaldo de 61% dos entrevistados. Nas regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, 40% acreditam que o ex-presidente passou por um surto no momento em que danificou o equipamento.
Já entre eleitores, 66% dos que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022 defendem que Bolsonaro tentou uma fuga, enquanto 66% dos eleitores do ex-chefe do Executivo defenderam a versão apresentada pela defesa.
Entre os jovens, de 16 a 24 anos, 60% afirmam que a tornozeleira foi danificada para facilitar uma possível fuga. Para 40% dos ricos, a versão do surto paranoico é verdadeira e 46% dos evangélicos também defendem essa hipótese.
Prisão
Bolsonaro foi preso preventivamente no dia 22 de novembro após decisão de Moraes, que apontou "risco de fuga" e violação da tornozeleira eletrônica. Dias depois, o ministro ordenou o trânsito em julgado da ação penal da trama golpista e definiu que o ex-presidente deveria começar a cumprir a pena no prédio da PF.
O ex-mandatário cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
Bolsonaro é o quarto ex-presidente preso desde a redemocratização, mas o primeiro condenado por golpe. Segundo Moraes, ele liderou uma organização criminosa armada para a prática de crimes contra a democracia e o Estado de Direito.
Entre os militares condenados pelo STF estão o general Paulo Sérgio Nogueira, que comandou o Exército e foi ministro da Defesa; e Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ambos atuaram na gestão de Bolsonaro e vão cumprir pena em uma unidade militar.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-chefe do Executivo implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas, com o objetivo de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022.
Além da elaboração do plano "Punhal Verde e Amarelo", com planejamento voltado ao sequestro e assassinato de Moraes, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Também constou na denúncia da PGR a produção da chamada "minuta do golpe", documento que seria de conhecimento de Bolsonaro e serviria para a decretação de medidas de estado de defesa e de sítio no país para tentar reverter o resultado das eleições e impedir a posse de Lula. A denúncia também citou o envolvimento dos acusados com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.


