Caso Henry: presa pela morte do filho, Monique Medeiros é aprovada no Enem para cursar Filosofia 

Defesa terá que entrar com pedido na Justiça para que ela consiga cursar a faculdade






Por: Extra

Publicado em: 22/01/2025

Monique Medeiros deixa o presídio após decisão do STJ — Foto: Domingos Peixoto

Presa preventivamente por supostas torturas e homicídio contra o filho, Henry Borel Medeiros, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva foi aprovada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar Filosofia. Assim como o ex-namorado, o ex-médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, ela aguarda o júri popular pelo crime.


Monique ocupa uma cela do Instituto Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Em maio do ano passado, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram provimento a um recurso da defesa da professora que pedia a substituição de sua prisão preventiva por prisão domiciliar.


A Secretaria de Administração Penitenciária falou sobre Monique: "A Seap informa que a citada foi aprovada no curso de Filosofia, no entanto, por ser presa provisória, somente poderá cursar por meio de decisão judicial."


Na ocasião, o ministro Gilmar Mendes ponderou que a jurisprudência da Corte é no sentido da possibilidade de decretação preventiva em casos de crimes extremamente graves, praticados com violência, a denotar a periculosidade concreta dos agentes envolvidos. 


Em julho de 2023, o ministro havia determinado o retorno de Monique ao cárcere por suposto descumprimento de medidas cautelares impostas. Em setembro, os advogados solicitaram que a professora fosse enviada para a prisão domiciliar, porque estaria sofrendo ameaças. 


O ministro do STF, então, solicitou que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) apresentasse informações sobre o estado dela. Em ofício, a pasta afirmou que Monique estava em uma cela separada de outras presas, "sendo preservado o direito à integridade física e moral". Ela também tem direito a atividades como banho de sol e atendimento religioso em horários diferentes de outras detentas.


Nas informações enviadas ao STF também consta um parecer psicológico, que relata que Monique "queixa-se de depressão e do luto pelo filho" e solicitou acompanhamento psicológico. A psicóloga afirma que a professora "apresentou-se lúcida e orientada" e "postura cooperativa". 


Em novembro de 2022, a juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, determinou que Monique e Jairinho irão a júri popular pela morte de Henry. Na sentença, a magistrada afirma que a materialidade do homicídio é demonstrada nos exames periciais oficiais juntados ao processo e ainda no laudo de reprodução simulada e no prontuário médico do atendimento recebido pelo menino.


Henry foi levado pelo casal ao Hospital Barra D’Or, na madrugada de 8 de março de 2021. De acordo com as investigações da 16ª DP (Barra da Tijuca), ele sofreu laceração hepática derivada de uma hemorragia interna que teria sido provocada por agressões praticadas por Jairinho. Segundo o Ministério Público, Monique nada teria feito para impedir o crime. 



A denúncia do órgão aponta que, enquanto o ex-médico e ex-vereador agiu por sadismo, a professora via vantagem financeira no relacionamento "em detrimento da saúde física e mental do seu filho".