Caso 'Brigadeirão': Acusadas por morte de empresário passam por audiência na Justiça


Além das rés Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak, 11 testemunhas serão ouvidas





Por: O Dia

Publicado em: 07/04/2025

A cigana Suyany Breschak e Júlia Cathermol tinham uma relação próxima

Divulgação






Rio - A Justiça do Rio realiza, nesta segunda-feira (7), a audiência de instrução e julgamento contra as duas mulheres acusadas de matar Luiz Marcelo Ormond envenenado. O crime aconteceu em maio de 2024, quando o empresário comeu um brigadeirão feito pela namorada, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta. A cigana Suyany Breschak é apontada como mentora intelectual e as rés estão presas desde o ano passado.


A audiência de instrução está marcada para ter início às 10h, na 4ª Vara Criminal. Além das acusadas, que respondem por homicídio, foram intimadas 11 testemunhas, sendo duas delas policiais. Em março, a defesa de Suyany havia pedido a prisão domiciliar da cigana, alegando que ela foi agredida e vem sofrendo ameaças dentro do Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste. O pedido, no entanto, foi negado


Já os advogados de Júlia pediram a retirada dela da denúncia da autoria do crime, mas a Justiça também negou o requerimento, ao pontuar que os laudos periciais são suficientes para comprovar a causa da morte como intoxicação exógena ou envenenamento. Segundo a juíza Lúcia Mothe Glioche, a investigação apontou que elas agiram de forma "calculada e fria", no objetivo de matar o empresário e tomar seus bens. 


Relembre o caso


Segundo as investigações da Polícia Civil, Luiz Marcelo morreu envenenado após comer um brigadeirão feito por Júlia, sua namorada. A apuração da 25ª DP (Engenho Novo) identificou que o crime teve motivação financeira, já que a acusada tinha uma dívida de R$ 600 mil com a cigana Suyany Breschak, por trabalhos espirituais contratados pela psicóloga.


A investigação apontou que Júlia deu um brigadeirão com 50 comprimidos moídos de Dimorf de 30mg, um remédio controlado, para o homem. Imagens do circuito interno de segurança do prédio onde o empresário morava, no Engenho Novo, Zona Norte, mostram, no dia 17 de maio, ele sonolento ao conversar com a namorada, o que para a polícia significou que ele já tinha sido envenenado. Exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo da vítima

A polícia apontou ainda que Suyany, considerada a mandante do crime, foi beneficiária de todos os bens furtados do empresário e recebeu o carro dele como parte do pagamento da dívida. O veículo da vítima foi encontrado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, após ter sido vendido por R$ 75 mil, e recuperado, junto com outros bens. O homem que dirigia o veículo foi preso por receptação. Com ele, os agentes localizaram o celular e o computador da vítima.


Júlia, que está presa desde o dia 5 de junho, responde pelos crimes de homicídio por motivo torpe com emprego de veneno e com uso de traição ou emboscada, por estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, fraude processual e uso de documento falso. Ela também foi indiciada por se apropriar dos bens do empresário e por vender suar armas.

Suyany, presa desde o dia 28 de maio, responde pelos mesmos crimes da psicóloga, menos o uso de documentos falsos. Considerada a mandante do assassinato, a cigana teria instruído Júlia a ministrar o medicamento, além de ter descoberto como adquirir os comprimidos inseridos no brigadeirão.