Bolsonaro e apoiadores fazem ato em Copacabana e pedem anistia para condenados do 8 de janeiro
Além do ex-presidente, participam do ato governadores e parlamentares
Por: O Dia
Publicado em: 16/03/2025
Rio - Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participam de um ato na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (16), para defender a anistia dos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro de 2023.
Ao som da música "Baile de favela", o político ex-chefe do Executivo foi anunciado pelo pastor Silas Malafaia enquanto cumprimentava o público presente.
A manifestação interditava o trecho da Avenida Atlântica entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. Os eleitores do ex-presidente vestem, em sua maioria, camisas amarelas e exibem cartazes pedindo anistia.
No palco, um cartaz mostra uma imagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o punho levantado, após o ataque que sofreu em julho durante a campanha eleitoral na Pensilvânia.
"Vamos dar um recado para o Brasil e para o mundo", afirmou o político de extrema direita, em um vídeo publicado nas redes sociais.
O evento foi organizado e financiado pelo pastor evangélico Silas Malafaia e conta com a participação de políticos como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Outras personalidades, como o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), os filhos de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e o presidente do nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também estão presentes.
O lema do evento é pedir uma "anistia" para as pessoas condenadas por envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Na data, milhares de bolsonaristas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Enquanto Bolsonaro estava nos Estados Unidos, seus eleitores exigiam uma intervenção militar para derrubar Lula, que derrotou o ex-presidente nas eleições de 2022.
Os ataques de 8 de janeiro são uma das razões que levaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) a acusar o ex-presidente em fevereiro por um suposto plano de golpe de Estado para tentar permanecer no poder.
O STF já condenou 481 pessoas pelos atos. Dessas, 255 tiveram suas ações classificadas como graves. Oito dos investigados foram absolvidos.
Bolsonaro é acusado de ser o líder de uma "organização criminosa" que conspirou durante meses com este propósito e pode enfrentar uma pena acumulada superior a 40 anos de prisão.
Eleições em 2026
Durante discurso no ato, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse acreditar que o ex-chefe do Executivo será candidato à Presidência em 2026.
O ex-chefe do Executivo foi declarado inelegível até 2030 por questionar a confiabilidade do sistema brasileiro de urnas eletrônicas, mas espera que a condenação seja anulada ou que a pena seja reduzida, para se candidatar a um segundo mandato presidencial.
"Vocês fizeram do PL o maior partido do Brasil. (...) Tenho fé que Bolsonaro será candidato a presidente da República", disse Valdemar Costa Neto ao lado de Jair Bolsonaro em cima do trio elétrico, na praia de Copacabana.
O político ainda puxou o coro com a frase "volta Bolsonaro" e acrescentou que o Brasil vive um "momento histórico no país", que os manifestantes do Rio "são o povo mais forte" que ele conheceu na vida.
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, também apontou que o líder da direita será candidato e ressaltou a participação do Rio no número de votos de Bolsonaro.
"Nós vivemos em um país que são 26 estados e o Distrito Federal. O Rio de Janeiro te deu quase 6.0% dos votos válidos nas últimas eleições", afirmou.
O gestor estadual ainda puxou o coro com a frase "eu não errei" e disse: "Esse povo do Rio de Janeiro, Bolsonaro, não errou. O único candidato para 2026 será Jair Messias Bolsonaro".
"O Brasil precisa de um projeto político para as pessoas. O Brasil não precisa de um projeto político para pequenos grupos de pessoas", concluiu.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou o fato de Bolsonaro ter se tornado inelegível pela Justiça.
"Qual a razão de afastar Jair Messias Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, porque eles sabem que vão perder", declarou.
"A gente sabe que nós vamos vencer. Nós vamos liberar essas pessoas. Nós vamos libertar o Brasil da esquerda, dessa esquerda que tanto maltrata o país", finalizou.