Águas do Rio anuncia reajustes de 11% a 16% para cerca de 10 milhões de consumidores; entenda
O reajuste é consequência da suspensão de um termo de conciliação entre a Águas do Rio e a Cedae, determinado pelo conselheiro José Gomes Graciosa, do Tribunal de Contas do Estado.
Por: Júlia Vianna* - CBN
Publicado em: 03/11/2025
As contas de água ficarão mais caras a partir de 1º de dezembro. A concessionária Águas do Rio anunciou reajustes de 11% a 16% para cerca de 10 milhões de pessoas em 27 municípios.
Consumidores do chamado bloco 1 terão as contas reajustadas em 10,97%. Esse bloco incluir bairros da Zona Sul do Rio, além de cidades como São Gonçalo, Itaboraí, Magé, Maricá, Cachoeiras de Macacu, Saquarema, entre outras.
Já o bloco 4 terá um aumento de 15,89%. Isso vale pra moradores da Zona Norte e do Centro do Rio, além de cidades como Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti.
O reajuste é consequência da suspensão de um termo de conciliação entre a Águas do Rio e a Cedae, determinado pelo conselheiro José Gomes Graciosa, do Tribunal de Contas do Estado. O acordo foi firmado por causa de uma diferença entre a cobertura de esgoto prevista no edital de concessão, baseada em informações da Cedae, e o apurado pela Águas do Rio posteriormente.
Era esperado que Magé, por exemplo, tivesse 40% de cobertura de esgoto, e técnicos da Águas do Rio apuraram que essa cobertura era de 0%, situação semelhante à encontrada em Nilópolis. Também foram encontradas desproporções em Belford Roxo e em Duque de Caxias.
O termo, assinado em 3 de outubro, previa o desconto de 24% nas faturas mensais de compra de água até atingir o montante de R$ 900 milhões, valor referente ao desequilíbrio financeiro alegado pela concessionária.
O deputado Luiz Paulo do PSD, um dos responsáveis por pedir a suspensão do acordo, diz que a Justiça deveria decidir quem tem razão após uma perícia.
"Essas justificativas todas, o governo deveria aguardar que as concessionárias entrassem na justiça e a justiça decidisse quem tem razão após perícia e não assumir que as concessionárias têm razão e passar para a tarifa essas diferenças que visariam ressarcer perdas possíveis. A justiça é que devia decidir, não o governo".
A Águas do Rio afirma que essa cobertura de esgoto menor que a informada no edital de concessão elevou os custos operacionais. O TCE, no entanto, sustenta que essas verificações deveriam ter sido feitas antes da assinatura do contrato de concessão.
Com o acordo suspenso, a empresa afirma que o aumento das tarifas se tornou necessário para reequilibrar financeiramente a operação. Ainda assim, a concessionária informou que poderá revisar os percentuais de reajuste caso o tribunal reverta a decisão até dezembro.
*Sob supervisão de Matheus Carrera


