‘A gente estava ali pensando: vamos morrer’, conta rapaz salvo em resgate dramático durante incêndio em fábrica de fantasias

Uma das cenas mais dramáticas do incêndio foi a de Wesley da Cruz, na janela em meio à fumaça



Por: Gabriel Barreira, TV Globo

Publicado em: 13/02/2025

Wesley da Cruz Ricardo se desespera antes de ser resgatado

Foto: Reprodução/TV Globo

Uma das cenas mais dramáticas do incêndio que atingiu uma fábrica de fantasias em Ramos, na Zona Norte do Rio, na manhã de quarta-feira (12), foi a do funcionário do Império Serrano Wesley da Cruz Ricardo, de 27 anos, preso às grades da janela, em meio à fumaça. O aderecista foi levado para o hospital após ter inalado muita fumaça e recebeu alta no fim da tarde.


Cerca de 8 horas depois do susto, após ficar internado por inalar muita fumaça, ele conseguiu, finalmente, respirar aliviado.

Após receber alta médica, ele lembrou dos momentos de desesperos que ele e seus colegas vivenciaram no edifício enquanto ele era consumido pelas labaredas.


“Foi sensação de que a gente estava ali pensando: ‘vamos morrer’. A gente queria solução e não conseguia, acordei às 7h e não tinha nada. Quando foi umas 7h10 pessoas gritando, dizendo tá pegando fogo”, lembrou.


"Muita fumaça, muito calor e a nossa opção foi ir para as janelas, sendo que as janelas que tinham lá eram aquelas antigas. Nós socamos as janelas pra poder quebrar os vidros, botar o rosto do lado de fora e pedir socorro. E os vizinhos subindo, porque nós estávamos no quarto andar, bem alto. Eu não conseguia respirar. Essa sensação foi péssima”, disse.


Depois do resgate, a principal preocupação de Wesley, mesmo diante da situação extrema, era falar com a mãe. Ela soube do incêndio pela televisão.


“Quando eu liguei, vi a cena do meu filho pedindo socorro e ajuda. Como mãe, eu só gritei, me desesperei. Foi um susto, mas ele tá bem”, falou a vendedora Carla Gomes da Cruz.


Wesley foi um dos quatro pacientes levados ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Ele e o amigo Cláudio Vila Nova, de 41 anos, já tiveram alta.


A situação mais delicada é de Davi Mendes, de 66 anos, que seguia internado em estado grave depois de inalar muita fumaça. Outra vítima foi Marli Bastos, de 41 anos, que também precisou passar por uma janela estreita para conseguir sair da fábrica.


"Vi pela televisão, assim como quase todo mundo, quando vi fiquei desesperada e fui até o local. Agora fez uma tomografia, pra ver como é que tá o pulmão dela, mas até então tá tudo bem, tudo estável. Mas foi um susto muito grande porque minha mãe estava no último andar, no terceiro andar, e aí ela só tinha aquela janelinha pra passar. Ou era aquela janela ou era nada”, disse a filha sem se identificar.

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Foto: Reprodução/ TV Globo